"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."
(Campos, Álvaro de. Tabacaria. Portugal, 1928)

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

E se eu voltasse a poesia?





E se eu voltasse a poesia?
O que faria, o que diria?
A chegada ou a travessia?
Tenho história em demasia

E se contasse dos amores
Dos maiores e dos menores
Dos reais e dos platônicos
Deixaria a todos atônitos

Posso ir pelos saberes
Das palavras que escutei
O que aprendi com os dizeres
Ser aquilo que me tornei

E necessário voltar ao começo
Pois bem, às vezes me esqueço
Que tudo aquilo que me tem apreço
No final, vira adereço

Meus amores desamaram
Pelos dedos escorreram
Dos meus carinhos se esqueceram
Minhas memórias apagaram

Volto ao muro dos lamentos
Sem razão, sem sentimentos
Para, só por um momento
Silenciar meu sofrimento