"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."
(Campos, Álvaro de. Tabacaria. Portugal, 1928)

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

simplesmente Lucas.


não sei de nada


só sei que não aguento
sempre que tento, falho, caio e me vejo novamente sentimental...
só não sei se isso é certo
sempre que penso, ago, e faço tudo errado


só não sei se mereço
sempre que quero, nego e me faço de durão
só não sei se consigo
sempre que faço cara de mal meus olhos ganham o brilho das crianças

só não sei perder
me irrita e me cega de um modo unico
só não adimito desculpas
ja que fez assuma e não queira nada alem do trivial

só sei que sou assim
nunca pedi ou obriguei ninguem a gostar de mim ;D
FODA-SE!

2 comentários:

Bárbara disse...

Por isso, lanço a campanha:

NÃO Ser sujeito. NÃO Ser alguém. NÃO Ser esperado. NÃO Ser politicamente correto. NÃO ser ético. NÃO Ser modal. NÃO Ser adequado. NÃO Ser deveras seguidor dos valores judaico-cristãos. NÃO Ser patético. NÃO Ser moral. NÃO Ser piegas. NÃO Ser equilibrado. NÃO Ser da tribo. NÃO Ser burguês. NÃO Ser familiar. NÃO Ser proprietário. NÃO Ser “vestibularmente” inteligente. NÃO Ser. Simplesmente porque não necessitamos.
Ah, essa nossa subordinação aos resquícios da cultura grega... Entre esses entulhos todos, restou-nos uma obsessão pelo verbo “ser”. Então pensei, conseguiria eu não dize-lo em todo um dia, ou ao menos em todo um texto? Por instantes esquecer de toda essa subjetividade de “ser”, e apenas estar, apenas pensar, apenas correr, encontrar? Não quero ser, não hoje. Esse verbo persegue, torna endógeno demais o que deveria estar a mostra de todos. Por quê não ter? Por quê não fazer? Ser não, não quero ser. Esqueçam o verbo ser. Nada é, não hoje. Não às metáforas. Não às definições. O quê me faz pensar que aquilo é isto, ou isto é aquilo? Quero um não a essa seqüência de sujeito, verbo, objeto. A seqüência decorrente do verbo ser, decorrente do que é. A lógica que nos leva em colisão ao caos, ainda que sendo lógica. Se por instantes não fossemos simplesmente, o que “seríamos”? Estaríamos? Concluiríamos? Mudaríamos? Se não fossêmos, mudaríamos sim. Transformaríamos essa nossa velha mania de querer ser estável e aceito por aquilo que nem mesmo concordamos. Sistema mentecapto. Libertemo-nos da precisão do ser!

Bárbara disse...

RESPOSTA AO POST: BOM É ESTAR BEM.

Lendo um blog, entre tantas páginas e janelas do mundo cibernético, o mundo onde funciona a humanidade, lembrei de quatro meninos sapecas, brincando no quintal, bem longe das minhas bonecas...

A vida é estranha, "de repente, a gente vê que perdeu ou está perdendo alguma coisa morna e ingênua que vai ficando no caminho"... No lugar das bonecas, os livros tomaram minhas prateleiras, e ao invés de pega-pega, esconde-esconde e vídeo game, meus finais de semana estão sempre distantes, e eu fico imaginando do que é mesmo que eles estão brincando agora.

Subitamente, senti medo (ainda que isso não seja lá coisa de gente grande). Medo de que nossos caminhos não sejam para sempre paralelos. Foi então que pensei que a vida só é suficientemente bonita e alegre e cheia de paz, se conseguimos conservar com a gente as pessoas que mais amamos e que mais nos amam...

E essas pessoas são sempre aquelas que fazem do nosso dia o melhor que ele pode ser.

Minha vida não teria um colorido tão especial, não fossem vocês... Mais que primos: GB.

GB é mais que um grupo. É uma opção de vida. Não adianta querer copiar...!

Um beijo.

Amo vocês!